A ACPM-Federação considera que os professores que não aderiram
à greve tenham seu direito de trabalhar democraticamente
assegurado e que as famílias devem se envolver com esta questão,
acompanhando as crianças até a escola para monitorar os dias letivos neste
período. Assim como também participar das ações desenvolvidas pelos professores
nas escolas para conhecerem os objetivos de suas reivindicações. Os alunos, as
famílias e os próprios docentes não podem ser usados politicamente por nenhum
dos lados desta disputa.
A greve dos professores é legítima e suas reivindicações justas,
pois o cumprimento da lei do piso do magistério como vencimento básico não está
sendo respeitado em nosso estado, assim como outras demandas elencadas pelo Cpers.
Esta questão já deveria ter sido executada, visto que existe uma Lei maior que assegura
este direito.
Quanto às justificativas do governo sobre investimentos na
educação, contratação de servidores e docentes, melhoria na infraestrutura das
escolas, podemos afirmar que as medidas adotadas foram insuficientes. Ainda
temos muitas escolas em situação precária, tanto em estrutura física e equipamentos, como
a falta de servidores e professores. Contratar professores temporários enquanto
um número imenso de aprovados em concurso aguardam ser chamados, não faz
sentido. Por ser ano eleitoral e devido aos prazos exigidos por lei para a
movimentação de servidores, o governo terá que organizar o quadro funcional, preventivamente,
para que não haja falta de professores no decorrer do ano letivo além das que
já existem. Afinal, não é esta a finalidade do concurso do magistério?
A educação não se faz só com salários, mas com investimentos
nas escolas e principalmente na formação de professores, e este tema não está
sendo tratado nem dada a sua devida importância. Esta talvez seja a ação mais
importante capaz de melhorar os baixos índices de qualidade da educação
publicados por pesquisas oficiais - uma formação contínua e focada na prática
pedagógica. Mas para que esta ação alcance o sucesso escolar, o número de
professores nas escolas terá que ser repensados pelo gestor público.
A ACPM-Federação mais uma vez vem fazer um chamamento para a
comunidade escolar no sentido de que participem mais da vida escolar de seus
filhos e demais crianças e adolescentes que estão sob seus cuidados. Somente
com a união da sociedade em favor da educação, poderemos vislumbrar um futuro
melhor, efetivo e constante, um avanço concreto e duradouro na vida de todos nós.